terça-feira, 12 de outubro de 2010

Minha sempre verdade...


Meu amor... Sei que pode parecer terror e até impossível,
Pode parecer distante e inviável,
Ser parte da mesma alma e resistir a sede dos corpos,
mas é a melhor parte de mim que está com você.
Sei que os dias são longos como a eternidade,
Que a distancia é absurda e indesejável,
Mas agradeço pela sua existência,
Na travessia desse deserto.
Se eu a amo como alguém nesse mundo pode amar,
E eu a amo,
Meu caminho é apenas um,
Ao seu lado,
Em seu coração,
Colado em você.


Eu amo você...


Jamais duvide disso.




Para o mundo escutar...
muito,muito...
; )

terça-feira, 5 de outubro de 2010

O grande Maya - Parte um - Amor verdadeiro.


- Será que pode me ajudar?

- Claro que posso, ainda não se convenceu disso?


- Não é que eu seja ingrato, mas suas ajudas nunca são o que espero.

- Não é que eu seja rude, mas sempre me pede coisas imbecis.


- É um pedido imbecil querer me apaixonar? Sabe tanto sobre todas as coisas, então porque não me ensinar sobre o amor?


- Tudo o que eu lhe ensinei até agora foi sobre como amar, não me amole com sentimentalismos.


- Você deve estar de brincadeira.

- Não estou.


- Então, o que devo fazer?

- Achei que nunca perguntaria. Seus sentidos lhe pregam dezenas de peças todos os dias. Eles ludibriam a real forma de todas as coisas. Se quer realmente aprender sobre o verdadeiro amor, deve aprender a enxergar através. Através de toda e qualquer ilusão.

- Como posso fazer isso?

- É bem simples. Nesse exato momento existem algumas amarras que o prendem no mundo das ilusões, você deve se libertar delas.
- O que são essas amarras, mestre?

- Não sou seu mestre, já lhe disse. As amarras são as coisas que você não pode deixar. Tudo aquilo que você julga ser indispensável. Elas se encontram disfarçadas e podem estar em qualquer lugar. Podem ser as roupas de seu corpo, uma simples pessoa ou até alguma lembrança. Existem infinitas formas para as amarras.
- Não compreendi.

- Não compreendeu porque é burro. Veja bem, se eu lhe pedir para saltar de um abismo, você saltaria?
- É claro que não! Não quero morrer.

- Sim, é claro que não. Não saltaria porque é preso a vontade de viver. Logo o abismo é uma limitação sua.
- Essa limitação é uma amarra?

- Sim e não. Porque você saltaria de um abismo? Seria uma total insensatez. Mas se eu lhe dissesse que nada lhe aconteceria ao saltar, saltaria?
- Como poderia sobreviver a uma queda tão grande?
- Não importa. A questão é que a mesma auto-preservação que não lhe permite saltar também o limita. O segredo sobre as amarras é encontrar a contradição e resolve-la.
- Eu não saltaria...

- Não saltaria porque está preso ao mundo das ilusões. Mesmo sabendo que não morreria, questionaria a certeza da sobrevivência pois seus sentidos e medo o privariam da verdade. Em seus conceitos, saltar é o mesmo que morrer e não há outra possibilidade. Deus poderia aparecer afirmando sua salvação que sua razão inventaria uma forma de se auto-preservar. Provavelmente, questionaria a identidade de Deus, dizendo ser o próprio Diabo.
- Mas o que isso tem de amor?

- Todas as coisas. O amor é a pura verdade. Para encontra-la é preciso se livrar das amarras. Só se livrando das amarras o mundo das ilusões desmorona.
- Pode me dizer quais são minhas amarras?
- Não, se eu lhe dissesse você estaria aprisionado para sempre.
- Aprisionado? O que quer dizer com isso?

- Uma vez que o homem não descobre por si só suas próprias amarras, elas se tornam invulneráveis. Nessa condição ele não encontrará a única maneira de desata-las, que é resolvendo sua contradição.
- Pode me falar mais sobre a contradição?

- Posso te falar sobre contradições em geral. Você com sua preguiça tem a pretensão de receber o conhecimento mastigado. Possui a fadiga da massa robótica que não produz o próprio pensamento.
- Eu realmente não tenho idéia de como resolver essa questão.

- Aceitar que não pode resolver, mas que resolverá, é destrinchar a contradição.
- Entendo. Então o segredo é aceitar que no presente não vou saltar, mas que um dia saltarei?

- O segredo está em encontrar um motivo para saltar, e também um para não.
- Mas assim terei dois motivos, qual deles devo seguir?

- Os dois ou nenhum deles. A fluidez proporcionada pela contradição é o segredo. Essa fluidez é a responsável pela queda das amarras e conseqüentemente da ruína do mundo das ilusões. Você não deve ser nenhum dos motivos, deve usa-los como ferramentas. A qualquer momento, tem que estar pronto para tudo, seja para saltar de um abismo, seja para fugir dele.
- Mesmo que signifique saltar para a morte?

- Sim, mesmo que signifique morrer. A contradição se aplica a tudo. Qualquer coisa que não passe por ela, pode vir a ser uma amarra, não há como saber.
- Como aplico isso a meus relacionamentos, como emprego esse conhecimento a paixão que quero encontrar?

- Primeiramente esqueça essa idéia estúpida, é um bom começo.
- Esquecer? Mas é por isso que estou aprendendo!

- Essa vontade descabida pertence ao mundo das ilusões. Não há totalidade nesse desejo, nem final feliz.
- Que dizer que é impossível ser feliz me apaixonando?

- Não, quer dizer que você é mesmo muito mimado. Quer amar e quer que o amor seja do seu jeito. Tem preguiça de limpar a lama que impede seus olhos de ver a verdade, então, idealiza uma paixonite e chama isso de amor.
- Então o que é o verdadeiro amor? Não posso concebe-lo.

- Não pode concebe-lo pois já tem um formato pré pronto em seus conceitos.
Desista desses absurdos, esqueça-os.
- Não sei se posso fazer isso, mestre.

- Então acaba de encontrar sua primeira amarra.
- Se eu desistir de me apaixonar, não tenho mais porque aprender sobre o verdadeiro amor.

- Desistir dos absurdos e aprender sobre o verdadeiro amor, caracteriza sua primeira contradição.
- Acha que consigo, quer dizer, acha que conseguirei entender tal desígnio?

- Não acho nada, nem sou seu mestre. Sou apenas um homem sem amarras, cego para as ilusões. Você pode ser quem quiser, basta querer. Gosta de viver mentiras?
-Não, claro que não.

- Então liberte-se da prisão.


sábado, 21 de agosto de 2010

Periferia via lactea...




Enfim retorno a terra,
Daqueles bravos homens que não conheço,
Cujos os feitos serão lembrados,
Em livros jamais lidos.

Enfim o amor regressa,
Ao coração virgem, despreparado.
Envenenado pela sabedoria,
Do inferno das malditas escolhas.

Enfim reencontro a imagem,
Da importância que me atribuía,
Alocada no presente em cacos,
Ciente do fim de seus dias.


Feito criança em inocência,
Ar em vento,
Movimento,
Estado,
Chego ao lar que nunca deixei,
Meu corpo ainda habitado...

Encontro a mim em silêncio,
Os dois meditam, lado a lado,
Um veste o branco da luz,
outro o peto do Diabo...

Pereço fronte a eles,
O espelho indeterminado,
Cujo a encruzilhada é o próprio caminho,
E a escolha o fato,

Nada me dizem,
Eu nada digo...



"... Ontem depois de um longo dia de trabalho cheguei exausto em casa. Tudo que queria era um banho e uma cama com cobertores que me acolhessem na inconsciência da realidade. Ao fechar os olhos não apaguei, tive a impressão que pela primeira vez, ( E é sempre essa a sensação ) estava realmente acordado. Eu estava dentro de mim, perdido em algum átomo obscuro de uma de minhas células. Eu não estava só, flutuando a minha frente estavam duas pessoas, dois de mim. Um vestia branco o outro preto. Eles nada disseram durante todo o tempo, eu nada perguntei..."


segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Memorando...


Caminho pela terra, ela não é de ninguém,
Uma impessoalidade descabida, ignorante,
Sou um Deus em meio a vassalos, apenas por saber,
por estar ciente da Divindade,
por consentir a verdade,
Por redescobrir meu Ser.

Fecho os olhos e vejo quase tudo,
Cores, sensações, intenções e possibilidades,
A maior parte de mim,
Chamada por infinitos nomes,
por finitas crenças,
Deus...
Sopra pelo vento,
um cântico opaco,
que me guia sem mentiras,
sem o grande Maya.

"... Os planetas nada mais são que escolas onde se ensina a arte da plenitude.
"

"... Só existe o amor, tudo mais são derivados dessa mesma força que nos é ensinada a cada segundo de nossa existência..."






" Somos todos um..."

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Para minha ex-melhor amiga...




Ouvi dizer, li em algum lugar,
um comentário impertinente, descrente, avassalador,
acertou meu ego com tamanha precisão, feito tiro na cabeça,
essa boca maldita que fala ao próprio cú.

Fui tarjado, rotulado, descrito,
logo eu, que não tenho cor definida,
que meu preocupo em ter um canto suave,
fui denominado: "velho hábito"

Feito apego mesquinho e acomodação,
um julgamento imutável de toda uma eternidade, perpetua-se na lingua da miserável víbora,
e a cascavel quer alfinetar...

Será que já não tem mais pregas?
Nenhuma dor lhe é suficiente?
Suas unhas não estão encravadas?
teu cabelo não necessita de cuidados?
Não ????
então a perfeição lhe faz o mal do universo,
pois sobra o tempo que queria lhe arrancar.
assim como urros de dor,
atropelando os dentes que, um a um, cairão de sua boca.

Cuidado!

Meu ego aflorado é o mesmo que suas palavras tocam,
E eu não o sou,
ele sim, machuca, revida, vinga,
grita ao quatro cantos que és uma prostituta,
que deverias fazer melhor uso da afiada língua,
limpando a própria merda,
e caso não possa,
pra me chamar...
Eu lhe ajudo a arrancar as costelas.


quinta-feira, 29 de abril de 2010

O presente de Pandora...




O que fazer quando ninguém mais pode salva-lo?
Quando seus pais, padres, terapeutas e amigos não puderem sanciona-lo em seu caminho;


O que fazer quando se apaixona perdidamente por algo que não é, nem nunca será seu?
Quando o mundo em que se vive tem que ser deixado, junto de tudo e de todos que estão com ele;


O que fazer quando sua obrigação é estar só?
Quando a solidão assume o posto de fiel companheira, e ela indubitávelmente é;


O que fazer com o resto do tempo?
Quando sua mente se desprende e o espírito se prende a saudade do cotidiano fútil, mas amável.


O que fazer quando a luz é forte demais?
Quando se é tarde demais pra qualquer coisa;

terça-feira, 6 de abril de 2010

Morte aparente...



Deixo meu pequeno frasco,
aquele mesmo que me trouxe a morte,
imbuido em saliva amarga, tortuosa,
o desgosto e o gosto que me lembram você,

Deixo minha lágrima iracível
as traças iradas com insaciável fome,
a grandeza do extermínio de outrora,
que não chora, sorri,
ao ve-la partida ao meio.

Deixo peso em alma náufraga,
escassa de amor, positivismo,
para que os frutos sejam pútridos,
e o amanhã não seja...

Não deixo a morte,
mas esconjuro o amor,
alcunha fúnebre das feridas ediondas,
dos lúgubres lamentos,
do tormento vivo que é você,

Deixo pronta as malas,
para o infortúnio de mais palavras,
espinhos e facas dilacerantes,
que se desculpam, agonizantes...

Em dor não se fala,
se cala,
tortuosa escala em sofrimento,
crescente, ... aparente,
descrente, .... envenenada,
onde o veneno é a paz,
de não ve-la,
mas de arrancar-lhe a cabeça,
e repousar decapitada,
ao meu lado.

Deixo nossos corpos desabitados,
e nossas cabeça desprendidas,
para que ao amanhecer só existam restos,
e os corvos brindem a nossas vidas,

Deixo incontáveis coisas,
seu cheiro, pele e amabilidade,
que o vento leve a insaciabilidade,
de uma separação iminente,
do terror em suspenção,
dessa morte aparente...


















quarta-feira, 10 de março de 2010

Simulacro do vazio...



N´uma casa de pessoas boas,
feito, tijolo e concreto em estado primo a obra arte;
tem, estado sentado, um conhecido de mesma idade;
N´um canto entre ventilador e parede,
onde um é encosto, outro refrescante;
ele me diz: "você sou eu"

Parecido comigo, mas não pessoa boa,
meu eu atoa, descarrega em doses exorbitantes,
o nada em constante, constancia;
sem mim;

Se pura autoridade, se não, de passagem, ousadia,
eu jamais diria, a mim, a outros, de mim é claro,
"sou você..."

Ele não sou eu, penso.
Ele pensa o contrario, ri a minha expressão;
Pior se eu for ele, confidencia temeraria,
pior, pior mesmo, não existindo explicação.

Descansava de você, vinha ele puxando assunto,
eu nada...

Ta se achando louco né?
eu nada...

Eu tenho a explicação, veio ele me tentar,
conseguiu...

Diga, disse sem pudor, não que tivesse, ele pensa ter.

Ñão é nada não, só que, sou você, você sou eu.

eu nada...


sábado, 20 de fevereiro de 2010

O salto...



Não pedi nada a ele,
E se o fizesse, a resposta certamente seria negativa.
Mesmo assim aprendi...

Depois disso,
meus amores morreram...

Os polos se inverteram,

O que para mim era amor,
já não era mais... nada.
A vida que eu vivia tornou-se um conto de fadas,
do mais vagabundo.

Pelo pescoço apertado com força desporporcional,
arrancou aos gritos meus mimos,

Fiquei nú pela primeira vez,
protestando,
ele gargalhava por entre minhas palavras,

Só parou quando eu morri,
decidindo escuta-lo, explicava pacientemente.


"Estúpido garoto, tudo que eu lhe fiz foi faze-lo guardar energia. Os homens servis, vivem a mercê de seus egos. Bem na sua frente, agora, existe uma ponte e uma escolha. Eu o trouxe até aqui apenas com minha força, mas estou velho e cansado. Do outro lado da ponte estão seus familiares, amigos e rotina. Aquela vida mediocre que levava. Você pode voltar para lá se quiser. Parta o quanto antes pois se resolver ficar temos trabalho a fazer."


Renasci,
minha vontade tornou-se adulta,

Eu ia e vinha da ponte quando queria,
era minha liberdade,
falsa liberdade;

Não podia trazer ninguém,
nem mesmo os que eu mais amava,
era sempre solitário o lado dele,
e ele não estava lá,
Me deixou como não pude deixar.

Deus sabe o quanto o procurei,
eu não pertencia mais a nenhum dos dois lados,
não suportava o vagabundo conto de fadas dos homem servis,
mas ficava entre eles,
pois era solitário o caminho do outro lado da ponte.

"Não seja estúpido garoto. Os Guerreiros não se ajudam, não tem compaixão por ninguém. Para ele, ter compaixão significa que você desejava que o outro fosse como você, e você o ajuda só para isso. A coisa mais difícil do mundo é um Guerreiro deixar os outros em paz. A impecabilidade do Guerreiro é deixar os outros como são, e apoiá-los no que forem. Isso significa, naturalmente, que você confia que também eles sejam Guerreiros impecáveis...."


Me ensinou em lembranças,
entre grandes verdades,
uma preparação para o agora.

"Não despreze o mistério do homem em você sentindo pena de si mesmo ou tentando racionalizá-lo. Despreze a estupidez do homem em você, compreendendo-a. Mas não se desculpe por nenhum dos dois, ambos são necessários."

Tardo a me entregar,
seja homem, seja guerreiro,
o que me espera,
é a morte.


"A autoconfiança do Guerreiro não é a autoconfiança do homem servil. O homem servil procura certeza aos olhos do observador e chama a isso autoconfiança. O Guerreiro procura impecabilidade aos próprios olhos e chama a isso humildade. O homem servil está preso aos seus semelhantes, enquanto o Guerreiro só está preso ao infinito."


fim...