sábado, 20 de fevereiro de 2010

O salto...



Não pedi nada a ele,
E se o fizesse, a resposta certamente seria negativa.
Mesmo assim aprendi...

Depois disso,
meus amores morreram...

Os polos se inverteram,

O que para mim era amor,
já não era mais... nada.
A vida que eu vivia tornou-se um conto de fadas,
do mais vagabundo.

Pelo pescoço apertado com força desporporcional,
arrancou aos gritos meus mimos,

Fiquei nú pela primeira vez,
protestando,
ele gargalhava por entre minhas palavras,

Só parou quando eu morri,
decidindo escuta-lo, explicava pacientemente.


"Estúpido garoto, tudo que eu lhe fiz foi faze-lo guardar energia. Os homens servis, vivem a mercê de seus egos. Bem na sua frente, agora, existe uma ponte e uma escolha. Eu o trouxe até aqui apenas com minha força, mas estou velho e cansado. Do outro lado da ponte estão seus familiares, amigos e rotina. Aquela vida mediocre que levava. Você pode voltar para lá se quiser. Parta o quanto antes pois se resolver ficar temos trabalho a fazer."


Renasci,
minha vontade tornou-se adulta,

Eu ia e vinha da ponte quando queria,
era minha liberdade,
falsa liberdade;

Não podia trazer ninguém,
nem mesmo os que eu mais amava,
era sempre solitário o lado dele,
e ele não estava lá,
Me deixou como não pude deixar.

Deus sabe o quanto o procurei,
eu não pertencia mais a nenhum dos dois lados,
não suportava o vagabundo conto de fadas dos homem servis,
mas ficava entre eles,
pois era solitário o caminho do outro lado da ponte.

"Não seja estúpido garoto. Os Guerreiros não se ajudam, não tem compaixão por ninguém. Para ele, ter compaixão significa que você desejava que o outro fosse como você, e você o ajuda só para isso. A coisa mais difícil do mundo é um Guerreiro deixar os outros em paz. A impecabilidade do Guerreiro é deixar os outros como são, e apoiá-los no que forem. Isso significa, naturalmente, que você confia que também eles sejam Guerreiros impecáveis...."


Me ensinou em lembranças,
entre grandes verdades,
uma preparação para o agora.

"Não despreze o mistério do homem em você sentindo pena de si mesmo ou tentando racionalizá-lo. Despreze a estupidez do homem em você, compreendendo-a. Mas não se desculpe por nenhum dos dois, ambos são necessários."

Tardo a me entregar,
seja homem, seja guerreiro,
o que me espera,
é a morte.


"A autoconfiança do Guerreiro não é a autoconfiança do homem servil. O homem servil procura certeza aos olhos do observador e chama a isso autoconfiança. O Guerreiro procura impecabilidade aos próprios olhos e chama a isso humildade. O homem servil está preso aos seus semelhantes, enquanto o Guerreiro só está preso ao infinito."


fim...