quinta-feira, 28 de maio de 2009

Demonio interior...

Hoje escuto novamente seu sussurro.
Há mil anos de seu confinamento a lápide já tarda em ceder,
é o que ele me diz todos os dias.
Revejo tantos sons que juraria nunca ter escutado,
E de alguma forma eles continuam encrustados em mim,
em minha alma.
Minha vontade se recusa a crescer com meus medos.
Meus medos se recusam a partir.
Eu me recuso a participar dessa guerra,
mas aceita-la, infelizmente, é tudo que posso fazer.
Eu gostaria de partir e também ficar.
Gostaria de não saber e gosto de saber.
Sou seu alimento mais eficaz.
Dentro de mim ele cresce como um verme,
esperando por migalhas de fraquezas,
sem caráter nem vergonha,
um débil e repugnente mal.
E a cada dia que me pareço mais com ele,
vou me sentindo assim.

Abrimos portas que não podemos fechar
acendemos luzes que não podemos apagar,
aprendemos conhecimentos que somos impedidos de esquecer,
e descobrimos verdades que sempre tem de ser cumpridas.
Caminhos sem volta.
Escutei as harmoniosas harpas angelicais,
senti a textura das asas celestes com minhas mãos,
consumi da paz divina e me fartei dela.
Tudo tão mas vivaz que a mesquinharia do cotidiano...
A gnose, sensações que não se explicam com palavras,
tomaram todo meu vocábulário.
Agora não posso falar em "felicidade",
posso somente ser feliz.
E esse caminho mirífico que descobri,
me levou ao ponto que me faz tremer...
Preciso partir...
Deixar meus velhor hábitos,
morrer e renascer.
Eu sinto tanto medo disso...

" Não dispare esse sorriso estúpido demonio,
por hora minha fraqueza o alimenta,
por hora.
Ainda que fraco, eu sei da existencia de um plano maior,
feito de energias que você não pode compreender.
Eu sei, é inútil dizer-lhe tais coisas,
mas em mim,
chegará o dia em que sua face horrenda viverá a imagem de uma bela flor...
Até lá...
Delicie-se com a rebarba do caos instalado em meu ser,
pois o anjo em mim ainda dorme.
Está escrito nós céus...
Ele irá despertar..."

sábado, 16 de maio de 2009

Outras versões de mim.

Eu adoraria pintar um quadro,
E ainda mais,
Compo-lo em uma canção.
Seria em Dó maior,
Só teria que encontrar um cantor.
Eu adoraria cantar,
E ainda mais,
Fazer poesia de minha voz,
Só precisaria encontrar um poeta.
Não é tão dificil assim...
Eu gostaria de descrever o vento e a alma,
Gostaria de pintar os quadros de minha imaginação,
Reproduzir a trilha sonora de meus sentimentos,
Conectar-me aos outros, sem ser pela razão.

Em minha porta agora bate...você,
Pois se pensar em mim,
estarei dentro de seus pensamentos.
Talvez queira um pouco de privacidade,
mas,
que mal posso lhe fazer?
Se me conhecesse assim por inteiro,
digo,
como eu me conheço.
Saberia o quão bem lhe quero.
E que das pretensoes,
Amizade, intento e amor.
Claro, você talvez guarde segredos,
digo,
em seus pensamentos.
Então entendo o fato de não me querer.

Dessa privacidade descabida,
minha e sua...
Morrem os quadros que pintei com a imaginação,
Os sons que fiz com meus sentimentos,
a poesia que senti ao ve-la.
Pois jamais ninguém vai saber.
Sente o mesmo que eu?
Eu estou ou não em seus pensamentos?
Vai entrar ou não nos meus?
De nada vale ficar aí,
compondo outras versões de mim...

segunda-feira, 11 de maio de 2009

O passageiro branco...

Como mil vozes escondidas,
Sussurrando:
"Isso é quem você é..."
E você luta contra a pressão,
a necessidade crescendo como uma onda,
perfurando e insistindo,
cutucando para ser alimentada.
Você resiste.
Mas o sussurro fica mais alto.
Até gritar:
"Agora!"
E é a única voz que você ouve,
a única voz que quer ouvir.
E você pertence a isso,
A essa sombra própria.
A este passageiro branco.

Eu só sei que existe algo reluzente em mim,
e eu escondo,
Certamente não falo sobre ele,
mas está lá, sempre.
Esse passageiro branco.
Quando ele está dirigindo eu me sinto vivo,
meio mal de ter essa sensação de estar totalmente certo.
Não luto contra ele,
não quero.
Nada poderia amar tanto,
nem eu mesmo.
Ou seria só uma mentira que o passageiro reluzente me conta?
Existem momentos ultimamente em que me sinto conectado a algo a mais, a alguém.
É como se a máscara caísse,
coisas e pessoas que nunca tiveram importancia,
passam a ter...

sábado, 9 de maio de 2009

9 segundos..

Há quem consiga ser o vento,
Sentir-se leve e em movimento.
Imagine-se,
Suave,
Refrescante,
Livre...

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Início, meio e fim..

Tolas são as mentiras que contamos a nós mesmos.
Essa hipocrisia que nos permitimos apoiados a normalidade.
Veja bem,
Quantas vezes agimos em prol de um sentimento ruim?
O ciúme percorrendo as veias e nossas decisões tomadas por ele.
A raiva e a satisfação com agressões verbais.
A angústia e o mártirio tão sabiamente definido como vitimização.
E ainda acreditamos ser donos de nossos prórpios narizes.
A sabedoria mais útil de qualquer ser humano,
é o conhecimento de seu próprio ser.
Reconhecer o sintoma que bate a porta,
E ter desprendimento para utiliza-lo,
ou passar a vez.
Ignorancia é rotular-se de uma só maneira,
Utilizar-se de sua feição mais severa,
E protelar absurdamente dizendo: Eu sou assim.
Você não é assim,
ESTÁ assim.
Nós somos conciencias brilhantes em estados infinitos.
Abdicar dessa exclusiva capacidade mutante é aprisionar-se na sombra de seu próprio eu.
Lembre-se
Quem vigia o preso também é prisoneiro.
E ainda mais,
Quando foi que esquecemos nossa responsabilidade em sermos livres?
Quando foi que aceitamos vender o que não tinha preço?
Quando foi que por egoísmo, escolhemos o conforto a bondade?
Facas,
Alguns usam para matar,
Outros para cortar legumes.
Sendo assim chegamos ao que chamo de intrumentos.
Amor, instrumento de felicidade,
Ciúme, intsrumento de insegurança.
Raiva, instrumento de nossa auto importancia.
Esperança, plantio idubitável de felicidade.
Ainda sim existe a oposição.
Amor, apego.
Raiva, intrumento de entendimento por imposição,
Cíume, precaução
Mentiras, necessárias
E um emanharado de outras tolices.
Ao viver a vida não basta viver,
É necessário calibrar o foco de nossas intenções,
E então colher.
Frase significativa,
" O plantio por livre arbitrio é livre, a colheita por justiça é obrigatória. "
Podemos plantar o que quisermos,
Cíume,
Inveja,
Traição,
Maldade...
Teremos que colher cada uma dessas sementes.
O bom universo, graças a Deus (rsrsrs), faz a regra se aplicar a tudo mais,
Amor,
Esperança,
Gratidão,
Bondade...
Os homens mais felizes que conheço, são aqueles que cultivam com diciplina o que querem colher.
A divina fartura de suas fazendas emocionais.
Cada um tem seu tempo,
E talvez ainda não seja a hora de despertar,
Um conselho?
Aprenda primeiro como ser feliz,
Depois disso,
Seja.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fogo-Fátuo

Branca como a neve,
de vestido longo, descalça.
Cabelo preto, escorrido a altura dos ombros largos,
e o corpo lascivo.
Um gramado vasto,
de céu azul celeste.
Vento que toca a pele com suavidade,
é manhã.
Ela corre segurando a cesta das flores que escolheu,
rosas, assim como ela.
O paraíso.
Em minha volúpia mais íntima,
talvez, invasora de sonhos,
talvez real,
Meu corpo acorda chamado pelo torpor...
Há quanto tempo não desejava?
Há quanto tempo não consumia...
E o gosto dos lábios fica como impressão,
o tato da pele,
o cheiro do pecado
essa grande conspiração.
De louco somente o querer,
essa mania de cegueira que me assola,
que me corrompe, mas não a ela.
Pois querer-me é poesia,
e quere-la é pecado.
Como estamos é magia,
De outra forma, é pouco caso.

terça-feira, 5 de maio de 2009

Sistemas de cognição.

Como explicar a um cego o que é a cor azul?
Como, em palavras, descrever o cheiro de um perfume?
Como descrever perfeitamente o sabor de um abacaxi?
Ou a textura de uma pele macia?
Esse é realmente o problema...
É estrondosamente difícil explicar a experiencia de um sentido com outro.
Quer dizer,
Os cegos podem não acreditar no azul.
Como provariamos a existencia da cor do céu a eles?
E se por mais que tentassemos, eles continuassem a não acreditar?
Seriam realmente ignorantes, pois estou certo que o azul existe!
Acreditem quando digo, possuímos essa mesma ignorancia.
Assim como estou certo sobre o azul, sei que existem mais que cinco sentidos.
Os médiuns por exemplo,
Tem desenvolvido um sentido que os permite captar diferentes frequencias,
Para nós invisível,
Para eles normal.
Há quem não acredite, isso é certo.
Não seria esse o azul para os cegos?
Como explicar com a razão coisas que não se explicam por ela?
Milagres por exemplo.
Temos o péssimo hábito de explicar tudo.
Entretanto existem coisas inexplicáveis.
A razão é apenas um sitema de cognição,
Existem outros.
A prova disso é o azul,
O perfume das rosas,
A música.
E até a mediunidade.
Talves ao ler isso você não entenda,
Qual sistema cognitivo está usando?
Ele talvez não seja o mais adequado para a tarefa.
Não desista até encontrar todos o que puder,
Afinal, o azul é belo demais,
Seria um sacrilégio não percebe-lo.