quinta-feira, 16 de abril de 2009

Éramos onze e um só...

Eu tive um sonho estranho,
Das coisas que conhecia, desconhecia todas elas
As flores cobriam todo o solo.
O sol aquecia vindo dos olhos de cada um.
O bem e o mal eram os mesmos
Alguns possuíam belas asas.
Outros nem pele tinham.
O dia era metade dia, metade noite
Não existia nenhum lugar, pois tudo era a mesma coisa.
Relógios eram proibidos.
Ninguém me falou do tempo.
Aqueles que não sabiam voar, eram guiados por uma esfera luminosa.
Eu conheci uma delas, gentil demais.
O ar era um aroma delicado.
Quando eu me enfurecia cheirava a enxofre.
Mas logo vinha a chuva que me acalmava.
Existia uma luz no horizonte,
Certo momento do dia, todos contemplavam tamanha beleza.
Eu tinha dois amigos.
Eles tinham mais quatro, cada.
Revezavam entre si, me ensinando coisas sobre o mundo.
Aprendi melodias que não se ouve, se sente.
Aprendi a língua dos pássaros dourados
Dos peixes observadores.
E a escrever com a ponta do dedo.
Esqueci a vibração do medo e da derrota.
Algumas estrelas concediam desejos.
Concederam-me milhares.
Elas pediam que eu desejasse ficar ali.
O vento soprava em meu ouvido que eu não deveria.
Mas se eu quisesse...
Despedi-me delas,
Ensinaram-me que ali não havia despedias.
As borboletas protegiam as crianças.
As crianças me protegiam,
Voei com elas por toda a parte.
Cavalgamos em unicórnios de luz.
Por fim adormeci.
Então tive um sonho estranho.
Eu tinha dois amigos.Eles tinham mais quatro, cada.
Ensinavam-me a partir
Sem chorar.

Um comentário:

  1. Gui, excelente, sou um pouco suspeito pra falar mas esse seu jeito de escrever ora direta ora indiretamente é único.
    Abração

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